MONTALEGRE: Fuzileiros resgatam aeronave da Barragem do Alto Rabagão

Aeronave tombou há 25 anos e foi resgatada esta segunda feira, 9 de maio, pelo Corpo de Fuzileiros Navais.

O Corpo de Fuzileiros Navais terminou esta segunda feira, 9 de maio, o processo de retirada do fundo da albufeira de uma aeronave com duas toneladas, que tombou há mais de 25 anos na Barragem do Alto Rabagão em Montalegre. Na operação de resgate estiveram envolvidos 15 militares, oriundos de várias unidades, e outras entidades como a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a Fundação Parley for the Oceans e o Município de Montalegre.

A aeronave caiu há 25 anos devido a um problema hidráulico que a impediu de realizar a aterragem em segurança no aeroporto designado na altura. Os pilotos terão optado por completar uma amaragem à barragem, que não correu como desejado, e a mesma foi ao fundo. Os pilotos foram extraídos em segurança e durante alguns dias foi tentada a retirada da aeronave, uma vez que, com o baixar do nível da água “existiam condições propícias para extrair a mesma e não acontecer um detrito”, explicou Fernando Batista, Comandante do Corpo de Fuzileiros Navais.

A ação chegou finalmente ao fim e acabou em sucesso. Um trabalho árduo que também teve o contributo da corporação dos bombeiros e onde também este um dos pilotos que pilotava a aeronave no dia 13 de julho de 1997.

“Lembro que andávamos a treinar uma amaragem. Estávamos a treinar a época de incêndios e tivemos uma pequena avaria. Devemos ter batido em alguma pedra, que deveria estar muito perto da superfície, e não houve mais nada a fazer além de seguir os procedimentos de emergência. Não tivemos muito tempo para refletir mas quando fui transportado para o Hospital temi pela vida porque tinha a coluna fraturada, mas quatro meses depois estava a pilotar de novo”, disse João Coelho.

David Teixeira, Vice-presidente da Câmara Municipal de Montalegre refere que desta operação singular “fica o sabor de uma missão que há muito desejávamos e que finalmente foi possível concretizar. O avião será transportado para o estaleiro municipal para que depois possivelmente surja um memorial a este acidente. Também a barragem fica mais limpa e apelativa aos turistas. Estamos a fazer um esforço e a trabalhar com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para criar aqui um hidroporto”.

No terreno esteve uma equipa multidisciplinar, constituída por um grupo de mergulhadores da armada, um grupo de operacionais de drones para mapeamento aéreo e operadores de embarcações, que executou esta missão em quatro fases.
Na última fase esteve presente o Secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Paulo Catarino.

Sara Esteves

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