Jovem mãe deu à luz com 38 semana uma menina com 3,450 Kg às 23h35 na sala de emergência do hospital de Chaves onde já não existe obstetrícia desde 2007.
O alerta foi dado para a ocorrência de um parto iminente de uma jovem mãe na zona do Alto da Trindade, Chaves, por volta das 23horas de sábado e de imediato foi para o local a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do hospital de Chaves com um médico e um enfermeiro. À chegada junto da mãe verificaram que não existiam condições para a grávida iniciar uma viagem de 65 Km numa ambulância até ao Hospital de Vila Real.
Com contrações de minuto a minuto a grávida foi encaminhada para o serviço de urgência do Hospital de Chaves e o parto acabou por acontecer em plena sala de emergência desta unidade, realizado pelos enfermeiros de serviço, que tinham o apoio da pediatria e de um cirurgião que estavam de serviço na urgência.
Segundo o pai Tiago Anjos, a mãe Cláudia e a pequena Mariana, estão bem de saúde e seguiram depois de ambulância para a Maternidade do Hospital de Vila Real, que fica a cerca de 45 minutos de distância.
''Só tenho a dizer maravilhas da equipa de enfermagem que estava esta noite na urgência do Hospital de Chaves. Foram excelentes. Grandes profissionais e acima de tudo muito humanos e prestáveis'', disse o pai de Mariana, Tiago, depois de estar com a mãe e com a recém-nascida, que é o segundo filho do casal.
O Delegado Sindical do Sindicato dos Enfermeiros, Rui Carvalho, que estava de urgência e assistiu ao parto, na qualidade de Delegado Sindical fez questão dizer que ''na saúde falta acima de tudo planeamento estratégico.''
Segundo Rui Carvalho falta ''gestão futura que permita uma reorganização do SNS, aumentando a autonomia da gestão intermédia, bloqueada por um centralismo da tutela; Valorização das carreiras nomeadamente dos enfermeiros; Reconhecimento do risco e penosidade de quem trabalha 24/24h, 365/365 dias por ano; Um sistema de avaliação de desempenho que permita o desenvolvimento profissional e salarial; A existência de dois regimes jurídicos de contratação (CTFP e CIT), com direitos e benefícios diferentes, gerando desigualdades incompreensíveis; A falta de abertura de concursos para as várias categorias.''
Paulo Silva Reis
Foto: David Teixeira