População e autarcas apelam à manutenção da unidade no concelho, cujo seu encerramento está previsto para maio de 2023. O serviço será deslocalizado para o Hospital de Chaves.
O Presidente da Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar mostra-se contra o encerramento da Unidade de Cuidados Paliativos do concelho, afeta ao Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), instalada no espaço contíguo ao Centro de Saúde de Vila Pouca de Aguiar.
Esta unidade, com 15 camas, deverá encerrar em maio deste ano e o serviço deslocalizado para o Hospital de Chaves. A possível não continuidade do serviço, que foi comunicada ao autarca a 2 de fevereiro, numa reunião realizada na Câmara Municipal com a Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Rita Castanheira, deixa-o descontente.
“O que nos espanta é que a Comissão Nacional de Cuidados Paliativos, no seu plano estratégico, salienta que no Norte há a necessidade de 161 camas, havendo atualmente apenas 85 camas, ou seja, é perfeitamente admissível uma nova unidade em Chaves e a manutenção da Unidade de Vila Pouca de Aguiar e, ainda assim, ficaríamos longe das camas que o próprio Ministério da Saúde estabelece como necessárias no Norte de Portugal”, explica Alberto Machado acrescentando que há cerca de um ano que a autarquia tem vindo a solicitar reuniões com a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) “e a mesma tem vindo a desmarcar mostrando-se indisponível aos mais de 10 pedidos formais solicitados”.
Há 14 anos que esta unidade de paliativos está em funcionamento e há alguns anos atrás teve atendimento 24 horas e com internamento. Com aquele que será o seu encerramento, e segundo a autarquia, os assistentes operacionais, enfermeiros e médicos serão todos deslocalizados para Chaves.
No que respeita novas valências para o Centro de Saúde de Vila Pouca de Aguiar, Alberto Machado adianta ainda que “respondem-nos em possibilidades sem qualquer objetividade”.
Recorde-se que há uma petição pública pela manutenção da unidade que já conta com mais de mil assinaturas em que se releva a excelência dos cuidados prestados, a dedicação do grupo de voluntários à casa em que se transformou aquele espaço contíguo ao Centro de Saúde de Vila Pouca de Aguiar.
A comunidade está a organizar-se e na próxima segunda-feira, dia 6 de fevereiro, haverá um encontro com trabalhadores na Unidade de Cuidados Paliativos de Vila Pouca de Aguiar, previsto para as 15 horas, no sentido de reverter a situação.
Sara Esteves