O Município de Valpaços continua a exigir a construção de um reservatório de água no concelho, para ajudar no combate a incêndios e para fazer face às necessidades do sector primário. O autarca aproveitou a presença da Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, na 23ª edição da Feira do Folar para solicitar ajuda e melhor atenção, para as candidaturas que a autarquia apresentou no setor agrícola, nomeadamente para a criação de um aproveitamento hidroagrícola, na zona da Padrela.
O empreendimento, a ser construído entre as localidades de Tazém e Cabanas, localidades com grandes investimentos agrícolas, está orçado em cerca de 18 milhões de euros e permitiria fazer chegar a água por gravidade a cinco freguesias importantes na produção de castanha, azeitona, amêndoa, maçã e de outros novos produtos, como goji e o mirtilo, abrangendo uma área de cultura agrícola de 1.200 hectares. Depois do Estudo de Impacto Ambiental, o investimento será avaliado pela Agência Portuguesa do Ambiente. Amílcar Almeida explica que o aproveitamento hidroagrícola “permitirá aumentar significativamente a área de regadio deste concelho sendo que a produção agrícola sofrerá um grande impulso na expansão da atividade agrícola, além do apoio no combate aos incêndios, o apoio no abastecimento das populações e no turismo”. Por tudo isto, o autarca solicitou ajuda à Ministra da Agricultura. “Ajude-nos a valorizar o nosso mundo rural. Contribua para a sustentabilidade deste território. Queremos ser uma terra de futuro”.
Num desafio de âmbito regional, Amílcar Almeida lançou ainda o repto de apoio para o projeto de instalação do Bio – Pólo do Alto Tâmega e Barroso nas antigas instalações do Centro de Formação Técnico Profissional Agrário “Alves Teixeira”, em Vidago que se encontram devolutas. A iniciativa da Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso (CIMAT) visa impulsionar a agricultura biológica onde já existem 100 produtores a produzir em modo de produção biológica.
GOVERNO GARANTE 180 MILHÕES DE EUROS EM APOIOS À PRODUÇÃO AGRÍCOLA
Segundo Maria do Céu Antunes estes apoios vão chegar aos agricultores e servem para minimizar o impacto que os fatores de produção e o seu aumento têm sobre os preços à produção e com isso “ estabilizar os preços, baixá-los e fazer com que cheguem mais baratos também à mesa dos portugueses e das portuguesas. São 180 milhões de euros que disponibilizamos do Orçamento de Estado. Esperamos só autorização da Comissão Europeia para os podermos disponibilizar. Será uma fatia para o gasóleo colorido e marcado, uma fatia para eletricidade, uma fatia para a pequena agricultura e depois uma fatia para o apoio à produção, nomeadamente para vacas de carne e de leite, ovinos e caprinos e culturas vegetais. O aumento nos custos de produção foram de 27% em fertilizantes, rações para animais, a parte ligada à dimensão da energia, etc.”. A governante falou também da redução e estabilização de preços dos bens alimentares, com a redução do IVA. “Estamos agora a fazer este acordo, que junta os produtores com a distribuição e com o esforço adicional do Governo para baixar o IVA, num conjunto de 44 produtos. São 400 milhões de euros de receita que não iremos cobrar e que claramente, será dinheiro que fica na carteira dos portugueses e das portuguesas”, termina por dizer a Ministra da Agricultura.
Sara Esteves
Foto: Carlos Daniel Morais