O Centro Interpretativo Mineiro de Jales está a ser construído em Vila Pouca de Aguiar para preservar a memória dos antigos mineiros, representa um investimento de meio milhão de euros e deverá abrir em 2021, anunciou o município. A obra já iniciou há cerca de duas semanas.
A Casa do Guincho do Poço de Santa Bárbara, que permitia a comunicação desde o solo até às galerias das minas de Jales, tem agora o propósito de dar a conhecer as últimas minas de ouro e prata a serem exploradas em Portugal.
A sua requalificação envolve a verba de 557. 501,46 euros, sendo comparticipada pelo programa Valorizar (444.444,44 euros). O espaço museológico que entrará em funcionamento no próximo ano será constituído por pisos superior, térreo e inferior, sendo este uma réplica de galeria subterrânea com acesso idêntico ao utilizado pelos mineiros. No exterior, área de acesso e lazer e pontos de informação da mina e da região.
Com o apoio do Município, a Associação de Desenvolvimento Integrado das Terras de Jales é a promotora da candidatura, aprovada pelo Turismo de Portugal no âmbito da linha de apoio à valorização turística do Interior. A associação AOURO vai cumprir um desejo antigo da população em valorizar este valioso património mineiro, pois resulta da constatação de um quadro de valorização turística regional.
O presidente da Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar, Alberto Machado considera que o equipamento servirá para resgatar a tradição mineira nesta região, indo de encontro à valorização patrimonial e turística das minas de Jales.
A mina de ouro de Jales foi explorada desde o tempo dos romanos (século I). A exploração mais recente remonta ao século passado com a exploração do sistema filoniano da Gralheira (1929) e o filão de Campo (1933). A atividade mineira desenvolveu-se ao longo de cerca de cinco quilómetros e atingiu os 600 metros de profundidade. A exploração mineira do estado português terminou em 1992, tendo sido a última exploração de ouro em Portugal.