Covid-19 ''Este é um tempo de meditação''

2020-09-02 16:02:42

Autarca Orlando Alves apela à consciência humana

Com o Mundo suspenso, estamos a viver um agosto atípico, longe do rebuliço e do festim que surgem com a chegada dos emigrantes. Um palpitar de alegria com carga menor à custa da crise epidémica da covid-19. As festas das aldeias, as chegas de bois, os convívios, tudo está com porta fechada. Porém, a esperança não morre. Quisemos saber o que pensa e como é encarado este tempo letárgico por parte do presidente da Câmara de Montalegre. Orlando Alves apela à meditação sob pena do ser humano não aprender com o erro. Uma oportunidade que não pode ser desperdiçada a bem da sobrevivência do homem.

''Encaro toda esta situação com muita tristeza e uma profunda preocupação relativamente ao futuro. Ai de nós que tudo isto não passe rapidamente. Não estávamos preparados para isto! Constrange-me ver a atividade económica do concelho e do país neste estado. Ou passa isto ou então nós vamos ter que ''Passar as passas do Algarve''. É a atividade económica que sai ressentida em primeiro lugar. É, também, a mobilidade das pessoas e o grau de sociabilização. Este não é o Mundo que alguém podia ter sonhado. Porém, temos de dizer que tudo isto resulta da má relação que todos nós temos com a Natureza. Este vírus que passa dos animais para os humanos radica, um pouco, desta má relação''.

Orlando Alves não esqueceu os emigrantes de ''agradecer aos emigrantes pelo facto de terem vindo visitar a sua terra. É muito importante para nós sentir que estão cá. No entanto, vemos os nossos emigrantes que também estão retraídos. Estão a chegar em menos quantidade. São as festas das nossas aldeias; as chegas de bois que não se fazem; os convívios que não são possíveis; o rigor e o condicionalismo da presença em espaços fechados, sejam cafés, sejam restaurantes; é o uso da máscara que neste tempo de calor não é nada simpático.''

O autarca deixou no entanto uma palavra de esperança. ''Partilho as dores de todo o Mundo. Estou com todos eles, particularmente com os mais vulneráveis. Todos ambicionamos retomar o nosso normal dia-a-dia que tivemos e que não soubemos valorizar. É tempo de sofrer e tempo de rezarmos para que venha um futuro melhor. Tem, também, que ser um tempo de meditação. Temos de perceber porque é que isto aconteceu. Podemos ter esperança, mas a esperança só faz sentido se todos tivermos a consciência que muitas das coisas estão na nossa mão e na nossa forma de atuar. Vamos acreditar na ciência. Contudo, a ciência pode vir a resolver um problema pontual que é este vírus, mas tenhamos consciência que todos temos de mudar de vida, saber respeitar a Natureza, poupar água''.

 


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