Diretora clínica do Centro Hospital de Trás-os-Montes e Alto Douro fez esta manhã um balanço da situação relativamente à taxa de camas disponíveis.
Várias unidades hospitalares do país têm estado nos últimos dias, em situação de rutura nos serviços, devido à pandemia de Covid-19. Mas no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), a situação está «a complicar-se, mas para já está controlada», garantiu a Diretora Clínica Paula Marques.
No que diz respeito aos internamentos de doentes Covid-19, a Unidade de Chaves está «relativamente confortável». Ainda tem vagas na primeira ala e já existe outra preparada para receber mais doentes se for necessário. Se a situação for alterada neste hospital, «o Centro Hospitalar funciona como um todo nas suas três unidades e portanto pode haver transferências entre as três unidades de modo a que o sistema esteja equilibrado», destacou a Diretora Clínica.
O Centro Hospitalar de Vila Real tem neste momento 142 doentes internados dos quais 17 em cuidados intensivos. «Estamos abrir alas e camas dedicadas ao Covid-19, à medida das necessidades», realçou Paula Marques.
«Preparamo-nos para isto mas como é evidente ninguém está preparado para uma situação de catástrofe. Felizmente ainda não estamos nessa situação mas se não houver os devidos cuidados por parte da população podemos chegar rapidamente a essa situação».
Para responder o crescente número de casos já foram alocados espaços não dedicados à Covid-19 e também os doentes não Covid-19 «estão a ser internados noutras áreas. Já foi necessário desmarcar cirurgias não urgentes no centro hospitalar, para podermos ter mais camas, nomeadamente nas áreas de cirurgia».
Com a pandemia a sobrecarregar os cerca de três mil profissionais de saúde há vários meses, também eles «estão a ficar exaustos, mas continuam a resistir e temos a sorte de ter um grupo de profissionais excelentes e apesar de todas as contrariedades continuam sempre no apoio aos doentes».
Após vários surtos estamos agora, «numa situação bem mais confortável e isso reflete-se na disponibilidade para assegurar os turnos».
Na primeira e segunda vagas o CHTMAD foi solicitado por outras unidades, «mas desde o fim de dezembro houve um aumento franco de casos na região. Na terça feira atingimos mesmo o nosso máximo com 157 doentes internados. A maior parte dos internados são pessoas idosas, mas já temos doentes com 20, 30 e 40 anos».
A Diretora Clínica destacou ainda que apesar do reforço de medidas neste confinamento «os números vão crescer e vão refletir-se já nas próximas semanas com um aumento nos internamentos e nos cuidados intensivos.
«Estamos preparados mas tenho medo que a situação tome proporções avassaladoras», terminou.
O CHTMAD agrega os hospitais de Chaves, Lamego e Vila Real.
Paulo Silva Reis e Sara Esteves
Fotografia: Carlos Daniel Morais