REGIÃO: Deputados do PSD querem Unidade de Cuidados Intermédios em Chaves

2021-02-16 12:15:45

Os deputados, Cláudia Bento, Luís Leite Ramos, Artur Andrade, do Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata (PSD) recomendaram ao Governo a criação de uma Unidade de Cuidados Intermédios na Unidade de Chaves do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto e esperam sensibilidade da oposição para conseguirem trazer este investimento e poder ser uma vitória de todos.
Os três deputados eleitos por Vila Real, no documento endereçado ao Governo começam por referir que «há doentes que embora o seu estado clínico seja grave não preenchem os critérios para admissão nas UCI nem a enfermaria usual oferece os cuidados que necessitam. Esta lacuna levou à criação de áreas funcionais que prestem cuidados mais especializados, as chamadas Unidades de Cuidados Intermédios (UCIM). As UCIM constituem necessidades reais dos hospitais modernos e afirmam-se como serviços essenciais na prática clínica, resultando num elevado grau de eficácia e eficiência na melhoria dos cuidados e rentabilização de recursos».
Embora o estado clínico de alguns doentes seja considerado grave «as UCIM destinam-se a doentes com falência iminente ou estabelecida de funções vitais (sejam elas de carácter médico ou cirúrgico), que necessitam de monitorização e vigilância organizada e sistemática 24h por dia/ 7 dias por semana. Estas Unidades permitem a prestação de cuidados de saúde eficazes e eficientes a uma população de doentes com situação clínica instável como são aqueles que necessitem de algum suporte técnico e monitorização contínua, mas ainda não são candidatos à substituição de órgão, o qual constituiria um critério para admissão na UCI. A Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e Referenciação – Medicina Intensiva contempla estruturalmente camas de nível II e III. De acordo com esse mesmo documento: “ As camas de nível III (intensivas) devem ser destinadas a doentes com duas ou mais disfunções agudas de órgãos vitais, potencialmente ameaçadoras da vida e portanto necessitando de duas ou mais formas de suporte orgânico, as camas de nível II (intermédias) devem ser destinadas a doentes que necessitem de monitorização multiorgânica e de suporte de apenas uma função orgânica, não requerendo ventilação mecânica intensiva. “ Adicionalmente o mesmo relatório considera que deverá existir um Serviço de Medicina Intensiva em todos os hospitais com Serviço de Urgência Polivalente ou Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica e também nos hospitais em que é realizada cirurgia que exige medicina intensiva pós-operatória».
No caso concreto do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto (CHTMAD), que abrange cerca de meio milhão de habitantes, neste momento conta «apenas 12 camas de cuidados intensivos e de 12 camas de cuidados intermédios, e somente da Unidade de Vila Real, um número inferior ao da realidade nacional», dizem os deputados do PSD que destacam ainda que «a atualização da Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de Referenciação prevê no CHTMAD – Unidade de Vila Real (camas: nível 2 – mantém; nível 3 – passou de 8 para 20)».
Os deputados do PSD que esperam sensibilidade da oposição para conseguirem trazer este investimento e poder ser uma vitória de todos, apresentaram ao Governo dados que demonstram a área de abrangência da Unidade Hospitalar de Chaves e os benefícios que a criação de uma UCIM pode trazer, tanto «para os doentes, quer para a própria gestão e organização assistencial com ganhos nos cuidados prestados».
No projeto apresentado ao Governo recomendam que se avalie a possibilidade de criar uma UCIM na Unidade de Chaves que «garanta todos os cuidados adequados a todos os doentes críticos que deem entrada nesta Unidade que não têm critérios de admissão na UCI e que faça cumprir as recomendações da Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de Referenciação a qual recomenda que deverá existir um Serviço de Medicina Intensiva em todos os hospitais com Serviço de Urgência Polivalente ou Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica. De acordo com as orientações europeias deverão existir 11.5 camas de medicina intensiva por 100 000 habitantes. Esta unidade tem uma abrangência de 94 000 habitantes e não dispõe de camas de medicina intensiva (nível II e nível III). A acessibilidade bem como as condições meteorológicas adversas existentes neste território tornam moroso o seu acesso e como tal deve ser levado em consideração».

Paulo Silva Reis com Carlos Daniel Morais


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