BOTICAS: Os Verdes dizem NÃO à Exploração de Lítio em Covas do Barroso

2021-07-20 16:44:08

Depois de analisarem o Estudo de Impacto Ambiental da Mina do Barroso, Os Verdes reafirmam o seu NÃO à exploração de Lítio na Mina do Barroso, ‘’por razões de ordem ambiental, social, económica e cultural; por respeito pelas populações que ali vivem, e por considerarmos a Transparência fundamental à Democracia e pelo nosso Futuro Comum’’, lê-se em comunicado enviado.
Assim, Os Verdes consideram que ‘’não há medidas minimizadoras ou compensadoras que consigam atenuar os impactos que a Mina teria numa área que consideram de excelência em termos ambientais’’.
Neste parecer este partido , para além de ‘’sublinhar o grande valor ambiental da região, que o EIA, mesmo com graves lacunas de estudo, nomeadamente a nível do Lobo Ibérico, vem confirmar, consideram que esta é uma zona única que deve ser preservada’’.
A área de implantação da Mina insere-se numa área montanhosa de característica rural e pouco artificializada, composta por aldeias e um mosaico de paisagens naturais, seminaturais e agrícolas, onde persistem os lameiros com a silvo pastorícia. ‘’Estas formas tradicionais de produção alimentar e de bens lenhosos, muito localizadas no nosso país e características das zonas de montanha são práticas de grande sustentabilidade ambiental e de grande qualidade a nível dos seus produtos’’, escrevem.
‘’No momento atual, onde crise climática e crise sanitária nos questionam sobre os modelos de produção, estas formas que mostraram eficácia e resiliência aos tempos, sem agredir o ambiente, devem servir de exemplo e serem mais que nunca preservadas e valorizadas, daí a classificação atribuída por este prestigiado organismo da ONU, a FAO. Mas infelizmente os governantes deste país continuam a ter sobre elas uma visão museológica!’’
‘’É ainda importante acrescentar que esta adaptação do homem a estes locais de montanha e a forma de produção alimentar que desenvolveram são formas de vivência comunitária e tradições ancestrais se bem que com adaptações aos novos tempos, vão resistindo. Os Baldios são um dos exemplos mais conhecidos’’.
Os verdes apontam ainda o dedo ao Partido Socialista, nomeadamente à tutela do Ambiente, lembrando o seu Slogan de há uns anos: ‘As pessoas primeiro!’’ mas atendendo ao afirmado pelo Ministro do Ambiente que ‘’ o lítio tem que ser explorado onde se encontra’’, Os Verdes relembram que as populações também ali estão já há muitos séculos, a provar pelas suas tradições ancestrais e capacidade de adaptação!
Esta Mina, cuja área de concessão é de 593ha, ocupará , caso se venha a concretizar, 1/5 da área da Freguesia de Covas do Barroso e fica a: 200 m de Romaínho; 400 m de Muro; 650 m de Antigo; 750 m de Covas do Barroso; 720 m de Dornela; 800 m de Lousa e a 1200 m de Espertina, por exemplo.
Os Verdes sublinham ainda nesta participação como questão relevante a deterioração nomeadamente dos recursos hídricos, com toda a implicação que isso tem para a agricultura local (lameiros) e os impactos em cadeia sobre a biodiversidade, habitats, biótopos e especificamente para todas as espécies (fauna, flora) mais dependentes do meio hídrico e das galerias ripícolas, por exemplo, a toupeira de água ou uma espécie em via de extinção como Margaritífera margaritífera, etc.
O Projeto prevê uma necessidade hídrica de 0,570 hm 3 de água para o seu primeiro ano de funcionamento, 0,510 hm 3 para os restantes e apresenta 3 alternativas. De qualquer forma, o PEV considera que é impossível que qualquer que seja a solução adotada não haja, de uma forma ou de outra, interferência nos caudais e na qualidade dos dois rios e ribeiras intercetados pela área de exploração e de transparência de todo o processo que decorreu desde o início sem o envolvimento da população e dos eleitos locais.

 


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