Está disponível, a partir de hoje, para consulta pública, o Estudo de Impacto Ambiental do projeto «Exploração de Depósitos Minerais de Lítio e Minerais Associados - Romano», proposto pela Lusorecursos Portugal Lithium para o concelho de Montalegre. A consulta pública decorre até 25 de março.
Segundo o Estudo de Impacto Ambiental, a exploração de lítio no concelho de Montalegre tem associados «impactos negativos a nível das emissões locais de poluentes, no incremento de ruído, bem como nos efeitos indiretos da desflorestação e nos recursos hídricos subterrâneos», sustenta o estudo que está agora para consulta pública até 25 de março.
Os impactos negativos, da Mina do “Romano”, localizada na freguesia de Morgade, pertencente ao concelho de Montalegre, que abrange a antiga Área Mineira do Couto do Beça, situada na vertente norte da Serra do Barroso, a sudeste da Albufeira do Alto Rabagão, também estão associados ao nível das emissões locais de poluentes atmosféricos, no incremento de ruído na zona, nos efeitos indiretos da desflorestação, dos recursos hídricos subterrâneos e «na perda de habitats e da perturbação a nível da fauna e da flora, com destaque para o lobo-ibérico, e, em termos de saúde humana, os potenciais impactes, negativos, derivam do aumento do ruído, vibrações e poluentes atmosféricos».
Este estudo, uma autêntica ‘’balança com dois pratos’’ que obrigatoriamente devem ser ponderados, aponta também benefícios.
A Lusorecursos Portugal Lithium, que visa a exploração da Mina do ‘Romano’, tem previsto no seu projeto, uma zona de exploração mineira, onde decorrerão as operações de extração do minério bruto e deposição do material estéril, como também a construção de um complexo de anexos mineiros, onde o minério bruto será transformado, concentrado e convertido em hidróxido de lítio de elevada pureza.
«O facto de o projeto não se limitar apenas à extração do minério rico em lítio, mas também à sua valorização através da transformação no local em hidróxido de lítio, permitirá que o investimento previsto, na ordem dos 650 milhões de euros, se traduza em mais-valias para as populações locais em termos de criação de emprego e desenvolvimento das atividades económicas na região», lê-se no Estudo de Impacto Ambiental.
A Lusorecursos Portugal Lithium aponta um período de vida útil da atividade mineira de 13 anos e de 20 anos para as instalações industriais. Na implementação da mina são necessários 100 trabalhadores e na fase de exploração 376, distribuídos pelo processo de extração (85), industrial (205) e outras atividades (86).
A Câmara Municipal de Montalegre ainda não tomou qualquer posição.
Recorde-se a título de curiosidade, que o projeto para a mina de lítio que a empresa Lusorecursos quer explorar em Montalegre tem estado envolto em polémica e foram submetidos quatro Estudos de Impacto Ambiental. O contrato de concessão foi assinado a 28 de março de 2019.
O processo está agora em fase de Avaliação de Impacte Ambiental.
Paulo Silva Reis
Fotos: Arquivo